Sobre os tabuleiros, temperados com dendê e com as bênçãos dos orixás, inkises e vodus encontram-se as chamadas comidas de baiana, elementos constituintes da paisagem urbana da cidade de Salvador, na Bahia.
Vindas dos terreiros de candomblé para as ruas, praças, feiras, festas de largo e orla marítima, as Baianas são elementos da paisagem com suas indumentárias e adereços , verdadeiros monumentos vivos, que contribuem decisivamente na construção de um dos símbolos mais fortes e presentes da cultura afro-brasileira: a Culinária. Seus quitutes principalmente o acarajé, expressam a herança das culturas vindas de África, além do sentido religioso, é comida de Santo nos terreiros de candomblé, o bolinho de fogo ofertado puro a Iansãe Xangô, e foi através deles que muitas negras alforriadas encontraram seu sustento, fenômeno que se expandiu no período imediato após a abolição da escravidão, constituindo-se numa das primeiras profissões femininas surgidas no país.
Por meio das delícias da culinária afro-brasileira, essas mulheres forjaram uma arte que representa profundamente o Brasil desde 2004, através do registro do Ofício das Baianas de Acarajé inscrito, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no Livro dos Saberes como Patrimônio Cultural Imaterial.
Dada à sua incontestável importância para a cultura brasileira, em 2010, foi promulgada a Lei n.º 12.206, que instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Nacional da Baiana de Acarajé. A data já era celebrada na Bahia, mas a partir da lei ganhou ressonância por todo o país.
Outras conquistas das Baianas de Acarajé a serem celebradas são: a oficialização de sua profissão mediante o Decreto do Município de Salvador nº 12.175, de 1998, e o Memorial da Baiana de Acarajé, inaugurado em 2009, também na cidade de Salvador, cujo objetivo é salvaguardar a tradição, a história e demais temas agregados ao seu ofício.
Por fim, essas mulheres evidenciam, a realidade desse importante oficio não só na Bahia mais também em todas capitais brasileiras, através na luta cotidiana para a manutenção de suas famílias, promovendo a vanguarda no que diz respeito aos direitos feministas e divulgando para o mundo a cultura afro-brasileira
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